quarta-feira, 10 de março de 2010

Me sinto só

"Eu te peço perdão por te amar de repente."

Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo

Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.

E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo

Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas

Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...

É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias

E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta.

E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade

o olhar estático da aurora.

Mesmo na dor sempre te
aguardarei no meu coração...
Sempre

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